Estimados confrades, prosélitos de Hariovaldo e Arautos de São Serapião:
Trago à vossa apeciação e análise um dado novo, que poderá, ou facilitar as coisas para o candidato oficial dos homens bons, ou lançar-lhe alguns embaraços.
O glorioso semanário e combativo Isto É traz, ao conhecimento do eleitorado, a existência de um novo candidato à Presidência que, desde já, se apresenta como “de direita” ( http://www.istoe.com.br/reportagens/51785_DIREITA+VOLVER?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage ) . Ou seja, boníssimo, ungido pelos Céus e confiável. Entre suas propostas figuram o fim do ensino público ( Bleargh! ) gratuito ( Bleargh, bleargh, Tende piedade ), a instituição da pena de morte para os ladrões de galinha proletários que ora infernizam a boa sociedade e da prisão perpétua, além do retorno da jornada de trabalho de 44 horas semanais ( o que achamos pouco ainda ). Ele diz assumir propostas conservadoras e denuncia a guerra civil que vivemos, que acossa as boas famílias e seus herdeiros enquanto hordas de criminosos lumpesinos e revolucionários passeiam livremente por aí.
Soa bom demais para ser verdade, não?
Então, estamos diante de um dilema: estaria este senhor se credenciando, seriamente, a disputar o voto dos cidadãos de bem, surgindo como uma possível nova liderança a combater o bolchevismo usurpador ou trata-se de um “Cavalo de Tróia”, incentivado pelos grupos de esquerda e financiado pelos dólares de Cuba, cujo propósito seria confundir os homens bons, causando a fratura da frente democrática que ora combate o lulismo e sua candidata guerrilheira com evidente vantagem e triunfo quase garantido?
Oras, se o senhor Mário deseja unir-se ao coro das vozes democráticas, que seja bem-vindo, mas não o reconhecemos como líder, já que este papel vem sendo desempenhado, desde sempre, com as bênçãos de São Serapião e de FHC, pelo competente governador paulista José Serra. Além de profundamente inexperiente nas lides públicas e nos embates com o marxismo dialético petista, é forçoso apontar que o aspecto moreninho de sua pessoa depõe contra o sr. Mário. Suas chances são ínfimas, mas poderá receber votos de incautos bem-intencionados que, de outro modo, viriam para nosso candidato.
Entrementes, sua plataforma não é de se ignorar, e suas propostas estão deveras afinados com o que há de mais moderno e democrático, de acordo com as exigências políticas da mais esclarecida e importante parcela da população. Pode-se até mesmo vislumbrar seu nome como o de um possível ministeriável no governo dos homens bons.